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1 de junho de 2012

On sexta-feira, junho 01, 2012 by Pe. Lucione Queiroz
INTENÇÕES DO SANTO PADRE – JUNHO

Cristo presente na Eucaristia. Para que os fiéis saibam reconhecer na Eucaristia a presença viva do Ressuscitado, que os acompanha na sua vida quotidiana. [Intenção Geral]


Cristãos na Europa. Para que os cristãos da Europa redescubram a própria identidade e participem com maior entusiasmo no anúncio do Evangelho. [Intenção Missionária]

   Intenção Geral
   EUCARISTIA, PRESENÇA DE JESUS RESSUSCITADO


   Para que os fiéis saibam reconhecer na Eucaristia a presença viva do Ressuscitado, que os acompanha na sua vida quotidiana. 



   Vai realizar-se em Dublin (Irlanda), de 10 a 17 deste mês, o 50º Congresso Eucarístico Internacional, subordinado ao tema Eucaristia: comunhão com Cristo e uns com os outros. Daqui a razão de ser da Intenção Geral deste mês, proposta pelo Papa.



    A Eucaristia, memorial da Paixão e Ressurreição



   A Eucaristia constitui o memorial da Paixão e Ressurreição do Senhor. Mas não se trata apenas de uma recordação agradecida da doação da vida do Salvador. Ela é a actualização do Mistério Pascal de Cristo, «que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim» (Gl 2, 20); que deu a vida, derramando o seu sangue por nós e por todos, para a remissão dos pecados (cf. Mt 26, 28). Por outras palavras, é o acto sacramental pelo qual aquilo que foi realizado no passado nos é dado no presente da fé da Igreja.

   Na Eucaristia, Cristo deixa-Se imolar, oferecendo a sua vida pela salvação da humanidade; é um sacrifício livremente aceite: «...Ninguém ma tira (a vida), mas sou Eu que a ofereço livremente... Tenho o poder de a oferecer e de a retomar» (Jo 10, 17-18). Na Eucaristia, Cristo continua a actualizar a dádiva da sua vida, a fim de que «tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10, 10).
   O sacrifício da Missa torna-nos participantes do sacrifício da cruz e no poder da ressurreição. Portanto, a Missa é o memorial da nossa redenção, memorial da Páscoa de Jesus, celebração em memória d’Ele, como Ele ordenou aos doze. Por este memorial, nós recebemos hoje, na esperança da sua consumação, a salvação, levada a cabo uma vez por todas. A «Páscoa do Senhor», Ele no-la dá como «memorial» da salvação que Ele realizou pela sua morte e ressurreição: «Fazei isto em memória de Mim».


    Eucaristia, sacramento de unidade



   Tudo na Igreja nos fala de unidade: «Há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo; há um só Deus e Pai de todos» (Ef 4, 5-6). Mas na Eucaristia essa unidade aparece mais claramente, melhor, a Eucaristia realiza essa unidade. Por isso, podemos afirmar que na Igreja a unidade tem sempre uma dimensão eucarística, que a Eucaristia tem um efeito unificador na comunidade cristã: «Uma vez que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» (1 Cor 10, 17).

   Esta unidade é alcançada pela força do próprio Cristo, realmente presente no pão divino que nos alimenta. Assim como o pão, composto por muitos grãos, é um só, assim aqueles que nos alimentamos desse pão formamos um só pão em Cristo.
Na Eucaristia e por meio da Eucaristia, estamos unidos no único corpo de Cristo ressuscitado; em cada Eucaristia está presente este Cristo ressuscitado. A Eucaristia é o lugar privilegiado em que nos unimos verdadeiramente a Ele e nos constituímos comunidade celebrante. Pelo seu sangue na cruz, Ele triunfou da divisão, do pecado e da morte (cf. Ef 2, 13-14). O sacramento da Eucaristia estabelece e constrói a unidade da Igreja: só Cristo pode conduzir a Igreja e os seus fiéis à unidade perfeita.
   Afirma o Vaticano II: «Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz... realiza-se também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, é representada e realiza-se, ao mesmo tempo, a unidade dos fiéis que constituem um só corpo em Cristo» (LG 3).


   Missa para a missão



   A Missa significa um programa de vida, um propósito de concretizar aquilo que se celebra na Eucaristia. Assim o ensina o Catecismo da Igreja Católica: «Santa Missa, porque a liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis missio»), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana» (n. 1332).

   Quando o sacerdote conclui a celebração dizendo: «Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe», não profere simples palavras de despedida. Trata-se de uma «palavra de ordem», de um envio em missão, como se dissesse: «Chegou o momento de pôr em prática a entrega da vida de Jesus, que aqui celebrámos. Ide, pois, para as vossas casas, famílias e trabalhos e provai com obras de amor o que aqui celebrastes».
  Ir à Missa é comprometer-se com a missão que Cristo nos quer dar nas nossas vidas quotidianas. Na Eucaristia recebemos a luz e a força para construir a nossa vida segundo os desígnios de Deus. A Eucaristia exige dos cristãos que nas suas vidas se sigam actos de amor e serviço. Só quando a vida for levada à Eucaristia e a Eucaristia à vida é que ambas serão verdadeiras.
   Na linha da Intenção Geral deste mês, pedimos a Deus a graça de reconhecer em cada Eucaristia o rosto sorridente de Cristo ressuscitado e de fortalecer-nos com o seu corpo, entregue por cada um de nós.
António Coelho, s.j.

   Intenção Missionária
   OS CRISTÃOS EUROPEUS DEVEM REDESCOBRIR A SUA IDENTIDADE


  Para que os cristãos da Europa redescubram a própria identidade e participem com entusiasmo no anúncio do Evangelho. 



  Durante quase dois mil anos, a fé cristã esteve activa na Europa. Esta chegou a situar-se no centro do império romano – na mesma cidade de Roma, na qual os apóstolos Pedro e Paulo deram um último testemunho de Cristo. Começava então uma longa história, composta de páginas gloriosas e horas sombrias.

  Os missionários abriram caminhos, atravessaram a Europa e fizeram deste continente uma terra onde o Cristianismo se enraizou profundamente. Mais tarde, o mesmo ardor missionário levou homens e mulheres da Europa a abandonar as suas terras de origem, para anunciar Jesus Cristo noutras partes do mundo.
  Hoje em dia, o Cristianismo na Europa atravessa um tempo de crise. Muitos europeus já esqueceram as suas raízes cristãs. Por outro lado, há sinais de uma sede espiritual, sede que procura, contudo, satisfazer-se a nível pessoal e de formas estranhas e por vezes esotéricas, enquanto as Paróquias se esvaziam e cada vez maior número de pessoas se afasta da Igreja. A prática cristã, sobretudo da Missa dominical, vem diminuindo drasticamente e, em muitos países, as igrejas encontram-se quase vazias.
  Os cristãos da Europa encontram-se num momento muito particular da sua longa história herdada do passado, mas da qual se vão desligando cada vez mais. É certo que a fé não pode ser uma simples herança do passado, mas, por outro lado, esse passado vai deixando uma marca indelével da qual não se pode prescindir sem mais, para pretender viver a religião de formas completamente novas.
  Num mundo como o de hoje, que experimenta perturbações profundas, os cristãos na Europa são chamados a redescobrir a riqueza do dom que receberam em Jesus Cristo e a aprender de novo a dar aos outros o que eles mesmos receberam. É necessário acreditar que o Espírito continua a actuar e abre novos caminhos de vida.
  Ouçamos, sobretudo neste mês, o apelo feito pelo Papa em S. Tiago de Compostela, a 6 de Novembro de 2010: «É necessário que Deus volte a ressoar nos céus da Europa. Que esta palavra santa nunca se pronuncie em vão; que não se perverta com fins que lhe são impróprios. É necessário que a entendamos de uma maneira santa na vida de cada dia, no silêncio do trabalho e no amor fraterno».