13 de julho de 2013
On sábado, julho 13, 2013 by Pe. Lucione Queiroz
SEGUNDA
PARTE
O
DESÍGNIO DE DEUS SOBRE O MATRIMÔNIO
E SOBRE A FAMÍLIA
E SOBRE A FAMÍLIA
O homem
imagem de Deus Amor
11.Deus
criou o homem à sua imagem e semelhança(20): chamando-o à existência por amor,
chamou-o ao mesmo tempo ao amor.
Deus é amor(21) e vive em si mesmo um mistério de
comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e conservando-a continuamente
no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação, e, assim, a
capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão(22). O amor é, portanto, a fundamental e
originária vocação do ser humano.
Enquanto
espírito encarnado, isto é, alma que se exprime no corpo informado por um
espírito imortal, o homem é chamado ao amor nesta sua totalidade unificada. O
amor abraça também o corpo humano e o corpo torna-se participante do amor
espiritual.
A Revelação
cristã conhece dois modos específicos de realizar a vocação da pessoa humana na
sua totalidade ao amor: o Matrimônio e a Virgindade. Quer um quer outro, na sua
respectiva forma própria, são uma concretização da verdade mais profunda do
homem, do seu «ser à imagem de Deus».
Por consequência
a sexualidade, mediante a qual o homem e a mulher se doam um ao outro com os atos
próprios e exclusivos dos esposos, não é em absoluto algo puramente biológico,
mas diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal. Esta realiza-se de
maneira verdadeiramente humana, somente se é parte integral do amor com o qual
homem e mulher se empenham totalmente um para com o outro até à morte. A doação
física total seria falsa se não fosse sinal e fruto da doação pessoal total, na
qual toda a pessoa, mesmo na sua dimensão temporal, está presente: se a pessoa
se reservasse alguma coisa ou a possibilidade de decidir de modo diferente para
o futuro, só por isto já não se doaria totalmente.
Esta totalidade,
pedida pelo amor conjugal, corresponde também às exigências de uma fecundidade
responsável, que, orientada como está para a geração de um ser humano, supera,
por sua própria natureza, a ordem puramente biológica, e abarca um conjunto de
valores pessoais, para cujo crescimento harmonioso é necessário o estável e
concorde contributo dos pais.
O «lugar» único,
que torna possível esta doação segundo a sua verdade total, é o matrimônio, ou
seja o pato de amor conjugal ou escolha consciente e livre, com a qual o homem
e a mulher recebem a comunidade íntima de vida e de amor, querida pelo próprio
Deus(23) que só a esta luz manifesta o seu
verdadeiro significado. A instituição matrimonial não é uma ingerência indevida
da sociedade ou da autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma, mas uma
exigência interior do pato de amor conjugal que publicamente se afirma como
único e exclusivo, para que seja vivida assim a plena fidelidade ao desígnio de
Deus Criador. Longe de mortificar a liberdade da pessoa, esta fidelidade põe-na
em segurança em relação ao subjectivismo e relativismo, fá-la participante da
Sabedoria Criadora.
O matrimônio
e a comunhão entre
Deus e os homens
12.A comunhão de
amor entre Deus e os homens, conteúdo fundamental da Revelação e da experiência
de fé de Israel, encontra uma sua significativa expressão na aliança nupcial,
que se instaura entre o homem e a mulher.
É por isto que a palavra central da Revelação,
«Deus ama o seu povo», é também pronunciada através das palavras vivas e
concretas com que o homem e a mulher se declaram o seu amor conjugal. O seu
vínculo de amor torna-se a imagem e o símbolo da Aliança que une Deus e o seu
povo(24). E o mesmo pecado, que pode ferir o pato
conjugal, torna-se imagem da infidelidade do povo para com o seu Deus: a
idolatria é prostituição(25), a infidelidade é adultério, a
desobediência à lei é abandono do amor nupcial para com o Senhor. Mas a
infidelidade de Israel não destrói a fidelidade eterna do Senhor e, portanto, o
amor sempre fiel de Deus põe-se como exemplar das relações do amor fiel que
devem existir entre os esposos(26).
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