31 de janeiro de 2015
On sábado, janeiro 31, 2015 by PASCOM - coreaú
O Papa Gelásio II (Giovanni de Gaeta) foi um monge beneditino foi eleito em 24 de Janeiro de 1118 e morreu em 28 de Janeiro de 1119.
Mal o Papa Pascoal II terminou o seu tempestuoso pontificado, os cardeais souberam que Henrique V se tinha aliado a uma facção romana para forçar a escolha de um candidato mais maleável. Secretamente reuniram-se num mosteiro beneditino e enviaram um mensageiro a Monte Cassino para convocar o Cardeal João de Gaeta, informando-o que o tinham eleito papa por unanimidade.Quando se espalhou a notícia de que os cardeais tinham eleito um papa sem consultar o imperador, partido imperial, comandado por Cenzio Frangipani , atacou o mosteiro; Cenzio agarrou o novo papa pelo pescoço, atirou-o ao chão e arrastou-o pelos cabelos até um castelo próximo, onde o atirou para um calabouço carregado de correntes. Indignados com este acto brutal, o romanos cercaram os revoltosos e exigiram a libertação imediata do papa. Cenzio e a facção imperial, intimidados, atiraram-se aos pés do papa pedindo misericórdia. Formou-se uma procissão e, no meio de gritos de alegria, Gelásio II (foi o nome por ele escolhido) foi levado a Latrão e entronizado.
Foi um triunfo de curta duração, pois a 2 de Março, o imperador Henrique V, sabendo do que se passara em Roma, deixou o seu exército na Lombardia e digiriu-se rapidamente para a Cidade Eterna. Numa noite de tempestade, o papa e a sua corte fugiram pelo rio Tibre em duas galeras, sob as pedras e flechas que lhes atiravam os membros da facção imperial. Depois de vários precalços, Gelásio II consegue chegar a Gaeta, onde foi recebido de braços abertos pelos normandos. Sendo apenas diácono, recebeu ordenação sacerdotal e consagração episcopal. Enquanto isso, ignorando a eleição dos cardeais, o imperador coloca no trono pontifício a Maurício Bordino, arcebispo de Braga, em Portugal, que teve a ousadia de usar o venerado nome de Gregório. Gelásio excomungou os dois, o antipapa e o imperador e, logo que o imperador abandonou Roma, voltou secretamente, mas depressa compreendeu que seria melhor abandonar Itália, e dirigiu-se a França. Foi recebido com grande deferência e o conselheiro de Luis VI, o abade Suger, conduziu-o ao seu mosteiro. Tentava o papa convocar um grande sínodo, quando morreu, deixando os problemas para o seu sucessor, o Papa Calisto II.
On sábado, janeiro 31, 2015 by PASCOM - coreaú
As Coordenações de Pastorais da Paróquia da Piedade reuniram-se na última segunda-feira dia 26, juntamente com o Pároco Pe.Lucione e com o Vigário Paroquial Pe. Florêncio para deliberarem sobre a organização do I Retiro de Carnaval Renascer de Coreaú que acontecerá no período de carnaval, ou seja, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro próximo. O referido evento será realizado pela Paróquia da Piedade em parceria com a Comunidade Católica Shalom e apoio da Prefeitura Municipal, na quadra poliesportiva da Secretaria da Ação Social. Na citada reunião ficaram definidos as principais ações da organização do retiro onde cada Pastoral ficou encarregada de uma ou mais ações. Os pontos destacados foram: a divulgação do evento que ficou a cargo da PASCOM. As demais pastorais ficaram com a recepção dos fiéis, limpeza do local, intercessão e exposição do Santíssimo, alimentação (lanchonete) e vendas de artigos religiosos, etc. O Pe. Lucione em sua fala ressaltou a importância ímpar de cada um nesse processo de organização e que os frutos desse projeto serão colhidos por todos.
On sábado, janeiro 31, 2015 by PASCOM - coreaú
Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.
Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.
Dom Bosco, criador dos oratórios; catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente, dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.
Para a Canção Nova, para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu. Mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.
São João Bosco, rogai por nós!
30 de janeiro de 2015
On sexta-feira, janeiro 30, 2015 by PASCOM - coreaú
Jacinta era uma nobre da família Marescotti, da alta aristocracia romana. Sua família tinha fortes vínculos com a vida cristã e esta herança ela recebeu de seus pais.
Jacinta foi batizada com o nome de Clarice. Recebeu uma educação refinada. Ainda menina, foi entregue pelos pais a religiosas franciscanas, mas ela não demonstrava desejo de ser religiosa.
Muito bonita, culta e independente, Jacinta levava uma vida cheia de luxo e vaidades. Sonhava com um matrimônio e não com a vida religiosa. Sua primeira decepção foi quando sua irmã mais nova se casou com um marquês, que ela pretendia conquistar. Jacinta assumiu uma atitude mais altiva e insolente, freqüentando todas as diversões que a sociedade oferecia.
Jacinta, mesmo dentro do convento, vivia de vaidade. Não respeitou o voto de pobreza, vivendo num quarto decorado com luxo e usando roupas de seda. Mas Deus havia reservado o momento certo para a conversão definitiva de Jacinta.
A notícia do assassinato de seu pai e em seguida, uma grave doença, levaram Jacinta a mudar de vida. sinceramente se arrependeu, pedindo perdão a toda a comunidade. A partir daí tornou-se exemplo heroico de mortificação e pobreza.
Faleceu em 30 de janeiro de 1640.
Jacinta foi batizada com o nome de Clarice. Recebeu uma educação refinada. Ainda menina, foi entregue pelos pais a religiosas franciscanas, mas ela não demonstrava desejo de ser religiosa.
Muito bonita, culta e independente, Jacinta levava uma vida cheia de luxo e vaidades. Sonhava com um matrimônio e não com a vida religiosa. Sua primeira decepção foi quando sua irmã mais nova se casou com um marquês, que ela pretendia conquistar. Jacinta assumiu uma atitude mais altiva e insolente, freqüentando todas as diversões que a sociedade oferecia.
Jacinta, mesmo dentro do convento, vivia de vaidade. Não respeitou o voto de pobreza, vivendo num quarto decorado com luxo e usando roupas de seda. Mas Deus havia reservado o momento certo para a conversão definitiva de Jacinta.
A notícia do assassinato de seu pai e em seguida, uma grave doença, levaram Jacinta a mudar de vida. sinceramente se arrependeu, pedindo perdão a toda a comunidade. A partir daí tornou-se exemplo heroico de mortificação e pobreza.
Faleceu em 30 de janeiro de 1640.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
28 de janeiro de 2015
On quarta-feira, janeiro 28, 2015 by PASCOM - coreaú
Papa Vitaliano, natural de Segni, foi eleito em 30 de Julho de 657 e consagrado dois meses depois, por pressão de Constantino II, Imperador bizantino. Enviou núncios para a Galileia, Espanha e Inglaterra. Foi o primeiro papa a autorizar o som e o uso do órgão nas cerimónias religiosas. Em 671, os lombardos converteram-se ao cristianismo. Morreu em 27 de Janeiro de 672.
On quarta-feira, janeiro 28, 2015 by PASCOM - coreaú
Tomás nasceu em 1225, na Campânia, da família feudal italiana. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Ainda jovem, mesmo co a resistência da família, fez-se dominicano.
Em Paris estudou com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bolonha e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.
Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou.
Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, em 07 de março de 1274. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.
Em Paris estudou com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bolonha e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.
Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou.
Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, em 07 de março de 1274. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
26 de janeiro de 2015
On segunda-feira, janeiro 26, 2015 by PASCOM - coreaú
A Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos do Ceará – COGERH junto com a Companhia de Água e Esgoto do
Ceará – CAGECE e o Comitê da Bacia do Coreaú realizaram, na manhã desta
segunda-feira (26), na Escola de Ensino Médio Ruth Cristino em Araquém, uma
reunião para tratar das condições de uso do açude Angicos. Além dos órgão e
instituições citados anteriormente, lá estavam presentes o promotor de justiça
de Coreaú, os representantes do poder público dos munícipios de Coreaú, Moraújo
e Uruoca, os sindicatos rurais, a paróquia de Coreaú, as ONG e os usuários em
geral. Segundo Vicente Lopes, diretor da COGERH da bacia Acarau/Coreaú, o
angicos possui uma capacidade total de 56.050.000m³, porém a quantidade de água que esse reservatório contém
hoje é de apenas 2.550.000 m³ que é equivalente a 4,55% da capacidade máximo. Para
a representante da CAGECE, o órgão está com dificuldades de tratar a água por
conta do seu baixo volume. De acordo com o presidente da Fundação CIS, Benedito
Lourenço, as reunião realizadas não estão surtindo efeito por que nenhuma
medida é tomada pelo poder público. Salientou também que seja necessário a
presença de representantes direto do governo do Estado.
A
COGERH efetuará uma visita aos usuário a jusante do reservatório para realizar
um diagnóstico mais detalhado da Bacia.
On segunda-feira, janeiro 26, 2015 by PASCOM - coreaú
O Papa Estêvão IV nasceu em Roma, numa família aristocrática. Consagrado em 22 de Junho de 816, procurou evitar lutas internas, ordenando aos romanos que jurassem fidelidade ao imperador carolíngio Ludovico Pio. Logo, em Reims, consagrou-o imperador do Sacro Império Romano. No entanto, mostrou-lhe que não aceitava a sua interferência na esfera espiritual. A sua morte foi repentina, em 21 de Janeiro de 817.
OBS.: Papa eleito Estêvão (que deixou de ser considerado Papa, daí a dupla numeração dos posteriores Papas que adoptaram o nome Estevão).
On segunda-feira, janeiro 26, 2015 by PASCOM - coreaú
O calendário da Igreja volta a homenagear Timóteo, agora juntamente com Tito, por terem ambos vivenciado toda a experiência de São Paulo, escolhendo por este motivo, o dia após a celebração da conversão do apóstolo. Os dois têm suas páginas individuais, destacando suas vidas.
Um santo muito antigo, venerado há muitos e muitos séculos, morreu no ano de 97. Timóteo era o "braço direito" do apóstolo Paulo, seu grande amigo e companheiro, sendo considerado, ao lado do mestre, como o primeiro e corajoso pregador do cristianismo. Quase sempre evangelizaram juntos, mas por várias vezes, Paulo o mandou como representante, em quase todos os lugares importantes daquela época, enquanto ele próprio abria novos caminhos.
Timóteo nasceu em Listra, Ásia. Seu pai era grego e pagão, a mãe se chamava Eunice e era judia. Foi educado dentro do judaísmo. Assim, quando o apóstolo Paulo esteve naquela cidade, tanto sua avó, mãe e ele próprio, então com vinte anos, se converteram. A partir daí, Timóteo decidiu que o seguiria e nunca mais se afastou do santo apóstolo.
Fiel colaborador de Paulo, o acompanhou em suas viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e Roma. Exceto quando ele o enviava para algumas missões nas igrejas que tinham fundado, com o objetivo de corrigir erros e manter a paz. Como fez em Tessalônica, com o seu aspecto de rapaz frágil. Porém "que ninguém despreze a tua jovem idade", lhe escreveu Paulo na primeira das duas cartas pessoais. E aos cristãos de Corinto o apresenta assim: "Estou lhes mandando Timóteo, meu filho dileto e fiel no Senhor: manterá em suas memórias os caminhos que lhes ensinei".
Na Palestina, o apóstolo ficou preso durante dois anos e tudo indica que Timóteo foi seu companheiro nessa situação também. Mas ao final deste período, ele foi colocado em liberdade, enquanto Paulo era levado para Roma.
Quando Paulo retornou, por volta do ano 66, Timóteo era o bispo de Éfeso e, com este cargo, foi nomeado pelo apóstolo para liderar a Igreja da Ásia Menor. As epístolas de Paulo, à ele endereçadas, viraram pura literatura cristã e se tornaram documentos preciosos de todos os tempos, como leme e bússola para a Igreja.
Mas, a sua morte nos ilustra muito bem o que era ser cristão e apóstolo naquela época. Durante uma grande festa onde era adorada a deusa Diana, Timóteo se colocou no centro dos pagãos e, tentando convertê-los, iniciou um severo discurso criticando e repreendendo o culto herege. Como resposta, os pagãos o mataram a pedradas e pauladas.
O apóstolo Paulo, escreveu a segunda carta a Timóteo estando de novo na prisão, a espera de sua morte: "Procure vir para junto de mim". Muitos, de fato, o haviam abandonado; o fiel Tito estava na Dalmácia; o frio o fazia sofrer e ele recomenda a Timóteo; "Traga-me o manto que deixei em Troadi".
24 de janeiro de 2015
On sábado, janeiro 24, 2015 by PASCOM - coreaú
Domingo, 18 de janeiro, foi celebrado o Dia Mundial dos Migrantes, ocasião para retomarmos este tema e algumas de suas nuances. Os brasileiros que vivem no exterior, segundo dados do último censo demográfico, são 500 mil, imigrantes principalmente nos Estados Unidos (23,8%), Portugal (13,4%), Espanha (9,4%), Japão (7,4%), Itália (7,0%) e Inglaterra (6,2%).
Dos brasileiros residentes em 193 países do mundo em 2010, 264.743 eram mulheres (53,8%) e 226.743 homens (46,1%). Em relação à sua idade, 94,3% da emigração brasileira está na faixa etária de 15 a 59 anos.
Com base nesses resultados, o IBGE infere que a principal motivação pelo deslocamento de brasileiros ao exterior foi a busca de emprego de forma individual, em grande medida sem o acompanhamento de outros membros da família.
Dom Alessandro Ruffinoni, coordenador da Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), vinculada à CNBB, e costuma participar de encontros com missionários brasileiros que trabalham junto aos nossos compatriotas na Europa.
Ultimamente, reuniu-se com 35 missionários originários de 14 estados do Brasil e que atuam em seis países da Europa. Esta iniciativa é uma oportunidade para fortalecer o espírito da cada um, partilhar as atividades, refletir formas de melhorar na pastoral com os migrantes, celebrar e buscar forças e unidade nos trabalhos.
Nesta entrevista, Dom Ruffinoni analisa a questão, tocando ainda um ponto doloroso: os migrantes que viajam sozinhos, deixando suas famílias para trás. Ouça, clicando aqui.
Por Rádio Vaticano
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“Comunicar a família: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor” é o tema da mensagem para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais. O evento será celebrado no dia 17 de maio, domingo que antecede Pentecostes. A íntegra do texto foi divulgada hoje, 23, durante coletiva de imprensa, no Vaticano.
Para a vivência e celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, a Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), prepara, todos os anos, um subsídio com orientações e sugestões de atividades para os regionais, dioceses, paróquias e comunidades.
O material é enviado as coordenações e lideranças da Pastoral da Comunicação (Pascom), responsáveis por articular e animar a comunicação nas igrejas locais. A Comissão orienta, também, o estudo do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, que traz pistas de ação. Contato pelo e-mail: comsocial@cnbb.org.br
Família mais bela
A coletiva de apresentação da mensagem contou com a presença do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli, a professora da Faculdade de Letras e Filosofia – Departamento de Ciências das Comunicações da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão (Itália), Chiara Giaccardi, e o professor da Faculdade de Ciências Políticas, Mario Magatti.
A reflexão proposta pelo papa Francisco está inserida no caminho sinodal da Assembleia Ordinária do Sínodo sobre a Família que acontecerá em outubro próximo. “A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos”, escreveu o papa na mensagem.
Confira íntegra do texto:
Mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco
49º Dia Mundial das Comunicações Sociais
17 de Maio de 2015
Tema: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”
O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de Outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista.
Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (vv. 41-42).
Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira “escola” de comunicação, feita de escuta e contato corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.
Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num “ventre”, que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é “o espaço onde se aprende a conviver na diferença” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na “língua materna”, ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação.
A experiência do vínculo que nos “precede” faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.
Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um “sim” pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. “Visitar” supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.
Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia-a-dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.
Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.
Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer “agora basta”; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.
Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que “o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo” (BENTO XVI, Mensagem do 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contato com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este “início vivo”, saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.
Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.
No fim de contas, a própria família não é um objeto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma “comunidade comunicadora”. Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.
A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.
Vaticano, 23 de Janeiro – Vigília da Festa de São Francisco de Sales – de 2015.
Papa Francisco
“Comunicar a família: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor” é o tema da mensagem para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais. O evento será celebrado no dia 17 de maio, domingo que antecede Pentecostes. A íntegra do texto foi divulgada hoje, 23, durante coletiva de imprensa, no Vaticano.
Para a vivência e celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, a Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), prepara, todos os anos, um subsídio com orientações e sugestões de atividades para os regionais, dioceses, paróquias e comunidades.
O material é enviado as coordenações e lideranças da Pastoral da Comunicação (Pascom), responsáveis por articular e animar a comunicação nas igrejas locais. A Comissão orienta, também, o estudo do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, que traz pistas de ação. Contato pelo e-mail: comsocial@cnbb.org.br
Família mais bela
A coletiva de apresentação da mensagem contou com a presença do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli, a professora da Faculdade de Letras e Filosofia – Departamento de Ciências das Comunicações da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão (Itália), Chiara Giaccardi, e o professor da Faculdade de Ciências Políticas, Mario Magatti.
A reflexão proposta pelo papa Francisco está inserida no caminho sinodal da Assembleia Ordinária do Sínodo sobre a Família que acontecerá em outubro próximo. “A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos”, escreveu o papa na mensagem.
Confira íntegra do texto:
Mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco
49º Dia Mundial das Comunicações Sociais
17 de Maio de 2015
Tema: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”
O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de Outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista.
Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (vv. 41-42).
Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira “escola” de comunicação, feita de escuta e contato corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.
Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num “ventre”, que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é “o espaço onde se aprende a conviver na diferença” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na “língua materna”, ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação.
A experiência do vínculo que nos “precede” faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.
Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um “sim” pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. “Visitar” supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.
Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia-a-dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.
Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.
Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer “agora basta”; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.
Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que “o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo” (BENTO XVI, Mensagem do 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contato com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este “início vivo”, saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.
Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.
No fim de contas, a própria família não é um objeto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma “comunidade comunicadora”. Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.
A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.
Vaticano, 23 de Janeiro – Vigília da Festa de São Francisco de Sales – de 2015.
Papa Francisco
Por CNBB
On sábado, janeiro 24, 2015 by PASCOM - coreaú
O Papa Estêvão III nasceu na Sicília, por volta do ano de 723. Com 44 anos, foi eleito em 7 de Agosto de 768, para suceder Paulo I, ainda tendo sido precedido por dois antipapas, o leigo Constantino e o Padre Filipe, que foram presos. O papado começou a ser fortemente cobiçado pelo poder temporal. Para refrear esta tendência, celebrou um concílio em 769, onde dispôs que a eleição do papa dependesse só do clero romano e que nenhum leigo poderia ser eleito papa e só os cardeais poderiam ser nomeados. Declarou nulo o sínodo de Constantinopla, iconoclasta, realizado em 754.
Morreu em 3 de fevereiro de 772.
OBS.: Papa eleito Estêvão (que deixou de ser considerado Papa, daí a dupla numeração dos posteriores Papas que adotaram o nome Estevão).
On sábado, janeiro 24, 2015 by PASCOM - coreaú
Este santo nasceu no Castelo de Sales em 1567. Sua mãe, uma condessa, buscou formá-lo muito bem com os padres da Companhia de Jesus, onde, dentre muitas disciplinas, também aprendeu várias línguas. Muito cedo, fez um voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor. Ao longo da história desse santo muito amado, vamos percebendo o quanto ele buscou e o quanto encontrou o que Deus queria.
Anos mais tarde, São Francisco escreveu “Introdução à vida devota” e, vivendo do amor de Deus, escreveu também o “Tratado do amor de Deus”.
Certa ocasião, atacado pela tentação de desconfiar da misericórdia do Senhor, ele buscou a resposta dessa dúvida com o auxílio de Nossa Senhora e, assim, a desconfiança foi dissipada. Estudou Direito em Pádua, mas, contrariando familiares, quis ser padre. E foi um sacerdote que buscou a santidade não só para si, mas também para os outros.
No seu itinerário de pregações, de zelo apostólico e de evangelização, semeando a unidade e espalhando, com a ajuda da imprensa, a sã doutrina cristã, foi escolhido por Deus para o serviço do episcopado em Genebra. Primeiro, como coadjutor, depois, sendo o titular. Um apóstolo do amor e da misericórdia. Um homem que conseguiu expressar, com o seu amor e a sua vida, a mansidão do Senhor.
Diz-se que, depois de sua morte, descobriu-se que sua mesa de trabalho estava toda arranhada por baixo, porque, com seu temperamento forte, preferia arranhar a mesa a responder sem amor e sem mansidão para as pessoas.
Doutor da Igreja, é fundador da Ordem da Visitação, titular e patrono da família salesiana, fundada por Dom Bosco, que se inspirou nele ao adotar o nome [salesiano]. Também é patrono dos escritores e dos jornalistas devido ao estilo e ao conteúdo de seus escritos.
Esse grande santo da Igreja morreu com 56 anos, sendo que 21 deles foram vividos no episcopado como servo para todos e sinal de santidade.
Peçamos a intercessão desse grande santo para que, numa vida devota e vivendo do amor de Deus, possamos percorrer o nosso caminho em busca de Deus em todos os caminhos.
São Francisco de Sales, rogai por nós!
22 de janeiro de 2015
On quinta-feira, janeiro 22, 2015 by PASCOM - coreaú
Giacomo della Chiesa nasceu em Pegli, na região de Génova, em 21 de novembro de 1854, numa família nobre. Seu desejo de se tornar padre foi rejeitado no início por seu pai, que insistia em uma carreira jurídica para o filho. Doutorou-se em Direito em 1875, aos 21 anos, tendo depois sido ordenado sacerdote e entrado no serviço diplomático do Vaticano, como secretário do cardeal Mariano Rampolla. Frequentou a Universidade de Génova que, após a unificação da Itália, foi amplamente dominada pela política anticatólica e anticlerical. Com o doutoramento em Direito e a idade legal, pediu novamente ao pai permissão para estudar para o sacerdócio, que foi então relutantemente concedida.
Em 18 de Dezembro de 1907, Della Chiesa ascendeu a arcebispo de Bolonha e em 25 de Maio de 1914 a cardeal.
Com a morte do Papa Pio X, os cardeais que tinham direito ao voto naquela época, reuniram-se na Capela Sistina e, em 3 de setembro de 1914 elegeram o cardeal Giacomo della Chiesa o novo Pontífice Romano. O novo Papa, naquele mesmo dia, concedeu a bênção Urbi et Orbi a todos os que ali estavam.
Promulgou o Codex Iuris Canonici (Código do Direito Canônico) em 1917. Em 5 de Maio de 1920, canonizou Joana d'Arc.
Com a Primeira Grande Guerra, fez um discurso sobre a posição da Igreja e os seus deveres, enfatizando a necessidade de ter uma postura neutral e promover a paz e acudir aos deslocados e feridos. Fez diversas tentativas, infrutíferas, para negociar a paz, tendo o Vaticano sido excluído das negociações de paz no final da guerra. Após o armistício de 1918, Bento XV dedicou-se à reforma administrativa da Igreja, com o intuito de a adaptar ao novo sistema internacional emergente. Faleceu em 22 de janeiro de 1922.
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