14 de maio de 2014
Há mais de 20 anos, o bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), Dom Mauro Morelli, se dedica ao trabalho de luta contra a fome e a miséria. Em sintonia com a Doutrina Social da Igreja e com os diversos chamados que o Papa Francisco tem feito nesse sentido, Dom Mauro se tornou militante da causa, defendendo “mudanças no conceito de desenvolvimento” e alertando para a seriedade do assunto. “Ainda temos 1 bilhão de famintos no mundo. Na dimensão nutricional, o quadro é ainda mais sério, pois atinge a todos: não sabemos mais se o que comemos é realmente alimento ou veneno”, diz. Na última semana, Dom Mauro, que preside o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, participou de mais um simpósio internacional sobre o tema na Universidade Unisinos de São Leopoldo (RS). “O simpósio é um exercício acadêmico e nós nos alegramos com essa iniciativa dos jesuítas de colocar uma questão tão grave na agenda política brasileira”, comenta o bispo. Para Dom Mauro Morelli, o empenho de erradicar a fome precisa ser compartilhado entre os diversos níveis da sociedade. Vencer a fome e garantir alimentos de qualidade, sustenta o bispo, devem ser compromissos de todos. “Alimento é vida, caminho de paz. Só se alcança esse direito quando família, sociedade e governos estiverem comprometidos juntos”, sustenta. No Brasil, embora programas sociais tenham avançado, a ausência de uma eficiente reforma agrária e de um maior incentivo à agricultura familiar ainda são grandes entraves, na opinião do bispo emérito de Duque de Caxias. “Temos que incentivar a agricultura familiar, comprovadamente a que mais produz alimentos no mundo”, reforça Dom Mauro. O primeiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas, é justamente acabar com a fome e a miséria no mundo. Até 2015, quase 200 países, incluindo o Brasil, se comprometeram em reduzir pela metade a porcentagem de pessoas que passam fome. Por Rádio Vaticano -
