17 de julho de 2013
On quarta-feira, julho 17, 2013 by Pe. Lucione Queiroz
TERCEIRA
PARTE
OS
DEVERES DA FAMÍLIA CRISTÃ
Família,
torna-te aquilo que és!
17. No
plano de Deus Criador e Redentor a família descobre não só a sua «identidade»,
o que «é», mas também a sua «missão», o que ela pode e deve «fazer». As
tarefas, que a família é chamada por Deus a desenvolver na história, brotam do
seu próprio ser e representam o seu desenvolvimento dinâmico e existencial.
Cada família descobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que ao
mesmo tempo define a sua dignidade e a sua responsabilidade: família, «torna-te
aquilo que és»!
Voltar ao
«princípio» do gesto criativo de Deus é então uma necessidade para a família,
se se quiser conhecer e realizar segundo a verdade interior não só do seu ser
mas também do seu agir histórico. E porque, segundo o plano de Deus, é
constituída qual «íntima comunidade de vida e de amor»(44), a família tem a missão de se tornar
cada vez mais aquilo que é, ou seja, comunidade de vida e de amor, numa tensão
que, como para cada realidade criada e redimida, encontrará a plenitude no
Reino de Deus. E numa perspectiva que atinge as próprias raízes da realidade,
deve dizer-se que a essência e os deveres da família são, em última análise,
definidos pelo amor. Por isto é-lhe confiada a missão de guardar, revelar e
comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real do amor de Deus
pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa.
Cada dever
particular da família é a expressão e a actuação concreta de tal missão
fundamental. É necessário, portanto, penetrar mais profundamente na riqueza
singular da missão da família e sondar os seus conteúdos numerosos e unitários.
Em tal sentido,
partindo do amor e em permanente referência a ele, o recente Sínodo pôs em
evidência quatro deveres gerais da família:
1) a formação de
uma comunidade de pessoas;
2) o serviço à
vida;
3) a
participação no desenvolvimento da sociedade;
4) a
participação na vida e na missão da Igreja.
I - A FORMAÇÃO
DE UMA COMUNIDADE DE PESSOAS
O amor,
princípio e força de
comunhão
18.A família,
fundada e vivificada pelo amor, é uma comunidade de pessoas: dos esposos, homem
e mulher, dos pais e dos filhos, dos parentes. A sua primeira tarefa é a de
viver fielmente a realidade da comunhão num constante empenho por fazer crescer
uma autêntica comunidade de pessoas.
O princípio
interior, a força permanente e a meta última de tal dever é o amor: como, sem o
amor, a família não é uma comunidade de pessoas, assim, sem o amor, a
família não pode viver, crescer e aperfeiçoar-se como comunidade de pessoas.
Quanto escrevi na Encíclica Redemptor
Hominis encontra, exactamente na família como tal, a sua
aplicação originária e privilegiada: «O homem não pode viver sem amor. Ele
permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de
sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se
não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa
vivamente»(45).
O amor entre o
homem e a mulher no matrimônio e, de forma derivada e ampla, o amor entre os
membros da mesma família - entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs, entre
parentes e familiares - é animado e impelido por um dinamismo interior e
incessante, que conduz a família a uma comunhão sempre mais profunda e
intensa, fundamento e alma da comunidade conjugal e familiar.
A unidade
indivisível da
comunhão conjugal
19.A primeira
comunhão é a que se instaura e desenvolve entre os cônjuges: em virtude do pato
de amor conjugal, o homem e a mulher «já não são dois, mas uma só carne»(46) e são chamados a crescer
continuamente nesta comunhão através da fidelidade quotidiana à promessa
matrimonial do recíproco dom total.
Esta comunhão
conjugal radica-se na complementariedade natural que existe entre o homem e a
mulher e alimenta-se mediante a vontade pessoal dos esposos de condividir, num
projecto de vida integral, o que têm e o que são: por isso, tal comunhão é
fruto e sinal de uma exigência profundamente humana. Porém, em Cristo, Deus
assume esta exigência humana, confirma-a, purifica-a e eleva-a, conduzindo-a à
perfeição com o sacramento do matrimônio: o Espírito Santo infuso na celebração
sacramental oferece aos esposos cristãos o dom de uma comunidade nova, de amor,
que é a imagem viva e real daquela unidade singularíssima, que torna a Igreja o
indivisível Corpo Místico do Senhor.
O dom do
Espírito é um mandamento de vida para os esposos cristãos e, ao mesmo tempo,
impulso estimulante a que progridam continuamente numa união cada vez mais rica
a todos os níveis - dos corpos, dos caracteres, dos corações, das inteligências
e das vontades, das almas(47) - revelando deste modo à Igreja e ao
mundo a nova comunhão de amor, doada pela graça de Cristo.
A poligamia contradiz radicalmente uma tal
comunhão. Nega de fato, directamente o plano de Deus como nos foi revelado nas
origens, porque contrária à igual dignidade pessoal entre o homem e a mulher,
que no matrimônio se doam com um amor total e por isso mesmo único e exclusivo.
Como escreve o Concílio Vaticano II: «A unidade do matrimônio, confirmado pelo
Senhor, manifesta-se também claramente na igual dignidade pessoal da mulher e
do homem que se deve reconhecer no mútuo e pleno amor»(48).
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