7 de maio de 2016
On sábado, maio 07, 2016 by PeJose
O LUGAR DE MARIA NA LITURGIA
Penha Carpanedo
A
Sacrosanctum concilium (SC) situou a liturgia no conjunto da história da
salvação que tem seu ponto central no mistério pascal de Jesus Cristo (cf. SC
5-8). Concentrando toda a história da salvação no mistério de Cristo, A
Igreja, partir deste eixo, lê, celebra,
atualiza as maravilhas de Deus, ao longo do ano litúrgico, através das diversas
celebrações: da palavra, da eucaristia, dos sacramentos e sacramentais e do
ofício divino.
O
Concílio pediu que o ano litúrgico fosse revisto e resgatado o seu sentido
original de acordo com as condições atuais, tendo como centro o memorial da
páscoa de Jesus. Destaca o domingo como
dia de alegria e de celebração acima de qualquer outra solenidade, dando ao
próprio do tempo o seu justo lugar. O calendário é revisto de acordo com os
ritmos diário, semanal e anual (Cf. SC 102).
É no
ciclo anual da celebração dos mistérios de Cristo que a Igreja venera as
testemunhas do mistério pascal (cf. SC 104), especialmente, a bem-aventurada
virgem Maria, Mãe de Deus, em quem vê e exalta o mais excelso fruto da redenção
(cf. SC 103). A exortação apostólica Marialis Cultus afirma que a
reforma litúrgica, com a restauração do calendário geral, "permitiu que
nele fosse inserida de maneira mais orgânica, e com uma ligação mais íntima, a
memória da mãe no ciclo dos mistérios do Filho (n. 2).
Maria
está intimamente ligada ao mistério do Filho, e sua missão está unida a dele,
desde o seu nascimento até à cruz e ressurreição. Por isso, desde o início a
intuição da fé incluiu na memória da páscoa de Jesus a memória de sua mãe,
valendo-se de sua intercessão e olhando Maria como a "cheia de
graça", símbolo do Israel fiel, a discípula grávida do Verbo, primeira
entre as(os) discípulas(os) de Jesus, "aquela que acreditou" e que
seguiu Jesus até o fim. A liturgia, assumindo o poder da oração de Maria, tão
fortena devoção popular,
reforça a sua condição de criatura em relação a Deus e de discípula em relação
ao Cristo, evitando atribuir a Maria título ou função própria de Cristo.
A
memória de Maria aparece organicamente inserida no conjunto do ano litúrgico,
especialmente, nos tempos e festas que guardam uma relação especial com ela. O
ciclo privilegiado é o do Natal a começar pelo advento, principalmente, nas
férias dos dias 17 a 24 de dezembro, no 4o domingo do advento e,
depois, as festas e tempo do Natal. É uma memória continuada daquela "que
esperou com amor de mãe" e "deu ao mundo o salvador".
Outras
referências à Maria ocorrem ao longo do ano litúrgico. Além das solenidades,
festas e memórias, em cada missa, Maria é sempre evocada no momento das
intercessões pela Igreja, como peregrina e companheira, neste nosso caminhar,
junto com os apóstolos e todos os santos. As completas da Liturgia das Horas
concluem-se com um cântico Mariano, que
traz, no tempo da páscoa, uma antífona especial "Rainha dos céus
alegrai-vos". A Igreja retoma, em sua liturgia, em cada entardecer, a ação
de graças a Deus pela encarnação do Verbo, cantando o cântico de Maria,
colocando-nos dentro do sentido do culto mariano.
Perguntas para a
reflexão pessoal e em grupos
Ø Qual a compreensão
que você tem sobre o lugar de Maria na obra da redenção?
Ø Como isso aparece
na liturgia da sua comunidade?
Ø O que pode ser
feito para integrar melhor a devoção popular na liturgia?
fonte: Formação Liturgica em Multirão; CNBB - Rede Celebra Ficha 42
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