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21 de maio de 2015

On quinta-feira, maio 21, 2015 by Paróquia N. Senhora da Piedade - Coreaú - CE



Estaremos iniciando uma reflexão sobre o Sacramento da Crisma, tendo em vista que estamos vivendo em nossa Paroquia a Formação de preparação para jovens crismandos



PARA QUE SER CRISMADO?
Gostaria de refletir sobre a razão de ser crismado hoje: estas e outras indagações surgem muito no meio daqueles que se inscrevem para participar do curso de preparação para receber o sacramento, bem como dos mais adultos que lembram com “saudosismo”: “no meu tempo não tinha isto não...
Não pretendo aqui dar uma resposta oficial da Instituição Católica, mas uma pequena investigação de fé feita para cada um de nós, hoje, deste século, do século XXI.  

 Podemos iniciar dizendo que este sacramento, não é sacramento para a salvação.

Quem vai receber este sacramento da Crisma, presume-se que já tenha sido batizado. Portanto, o sacramento da Crisma para alguns católicos de nome é visto como uma espécie de “momento fotográfico – luxo – momento puramente social”.
Jesus disse: “quem crer e for batizado será salvo”, ou seja, é necessário o Batismo para entrar no céu. Podemos até dizer: “não preciso ser crismado, já que tenho a entrada garantida”. Esta forma de pensamento levaria a um reducionismo em relação ao sacramento e porque não dizer aos demais sacramentos? Para se ter uma família não basta apenas saber quem é o seu pai, sua mãe e seus irmãos, é necessário conviver com eles. É necessário criar laços para realmente dizer que somos uma família, gerar amor e dedicação oriundos de uma convivência. Poderemos então dizer, que para se ter uma família exige-se dedicação, tempo e dinâmica positiva de convivência. Não se trata de algo mágico, como por exemplo, estalar os dedos e pronto aparece instantaneamente, como muitos gostariam que fosse.
Recebe a Crisma e a Eucaristia é fruto de quem já foi batizado e quer progredir/ aprofundar-se na fé e na vida cristã. E quem não foi batizado nem participa da mesa da Eucaristia em alguns casos procura porque também quer progredir/ aprofundar-se na fé e na vida cristã, pois viu alguns sinais de testemunho. Assim como quem é feliz hoje trabalhou para que a felicidade fosse acontecendo em pequenos gestos de amor e de dedicação.

Nunca podemos dizer:  Não serve para receber o Espírito Santo;

Muitas vezes encontramos pessoas (catequistas, padres, leigos de um modo geral) dizerem que este é o sacramento do Espírito Santo. É uma meia verdade. O crismando irá receber o Espírito Santo, como um Pentecostes particular, porque já o recebeu no Batismo.
Logo após o Batismo com a água, acontece a segunda unção da celebração do sacramento do batismo que é a imposição do óleo do crisma, que se confere ao batizando a unção (=crisma) do Espírito para que ele assuma a missão de ser sacerdote, profeta e rei do Novo Testamento. Isto é, o Espírito é dado todo no batismo, (Não podemos dividir o Espírito Santo em duas partes, uma se dá no Batismo e outra na Crisma).

 A Confirmação é um sacramento da UNIDADE e da PLENITUDE, portanto é um critério para dentro da comunidade;

Falar de confirmação é dizer que se trata de um sacramento da unidade e da plenitude da Igreja. Toda Graça parte de um único ponto (da Trindade), assim todo sacramento deve estar ligado a um único ponto de partida: o bispo. Ele tem a função de congregar todo o rebanho, como um bom pastor de suas ovelhas. Ele é o pai espiritual de sua comunidade de fé cristã. Ele é o nó que une os vários ministérios e carismas da Igreja. Ele é o anjo que vela pela fé de todos nós, segundo o livro do Apocalipse (cf. Ap 1,20)
A crisma é sempre ligada ao bispo: o óleo do crisma é por ele consagrado (com todos os padres da diocese reunidos) uma única vez ao ano para ser administrado a todos os cristãos que serão confirmados. Uma única vez para todos: unidade de fé, de graça e sinal visível de comunhão espiritual.
O bispo é o pastor das ovelhas de Cristo: ele é a plenitude dos dons do Espírito Santo. No ritual antigo, o altar da Eucaristia tinha seis velas durante todo o ano, mas no momento em que o bispo presidia deveria haver sete velas, em sinal da plenitude do Espírito Santo naquele lugar. Assim, ser crismado pelo bispo é ser ligado a um único fundamento visível de fé na graça e na unidade dos cristãos. Mas, isso não confere ao sacramento uma dimensão de mais presença de Deus. É um critério interno. Tanto que, em vários casos regulados pelo Código de Direito Canônico, o padre da comunidade pode conferir a confirmação a um fiel ou a um grupo de fieis.
Um crismando é sempre alguém ligado à sua comunidade, alguém chamado a fazer a sua vida ligada a uma construção de uma unidade de vida e de oração. Alguém chamado a ser construtor de uma unidade entre os seguidores de Cristo, alguém chamado a construir uma fraternidade para dentro da comunidade de fé. Por causa de minha fé, a comunidade deve crescer e ser mais fiel ao evangelho de Cristo.