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28 de setembro de 2014

On domingo, setembro 28, 2014 by PASCOM - coreaú
Papa João Paulo I, nascido Albino Luciani (Forno di Canale17 de outubro de 1912 —Vaticano28 de setembro de 1978) e oriundo de família humilde, foi Papa da Igreja Católica. Governou a Santa Sé durante apenas um mês, entre 26 de agosto de 1978 até a data da sua morte. Tornou-se rapidamente conhecido na Cúria Romana pelo apelido de "Papa do Sorriso", por sua afabilidade.
Foi o primeiro Papa desde Clemente V a recusar uma coroação formal, cerimônia não oficialmente abolida, ficando a cargo do eleito escolher como quer iniciar seu pontificado. Contudo, desde então, os papas eleitos têm optado por uma cerimônia de "início do pontificado", com a respectiva entronização e o juramento de fidelidade. Não aceitava ser carregado em uma liteira como os outros papas, por uma questão de humildade. Também foi pioneiro ao adotar um nome papal duplo.
Antes de ser Papa, Luciani foi Patriarca de Veneza e não tinha ambição alguma, nunca tendo sonhado em ser papa. Foi o primeiro Papa a nascer no século XX. Seu nome papal duplo foi uma homenagem aos seus dois antecessores, Paulo VI e João XXIII.

Albino Luciani nasceu na província de Belluno, norte da Itália. Seu nome de batismo fora uma homenagem a um amigo da família, que morrera numa explosão em uma mina de carvão na Alemanha. De origem humilde, viu seu pai, chamado Giovanni, que era socialista, ser inúmeras vezes forçado a buscar trabalho em outros países, por ocasião da Primeira Guerra Mundial. Sua mãe, Bertola, católica fervorosa, incentivou-o a seguir a formação religiosa. No que foi bem sucedida: Albino foi ordenado padre em 1935, assumindo a posição paroquial que tanto desejara.
Embora, segundo consta, não tivesse grande ambições, foi nomeado bispo pelo João XXIII ecardeal pelo Paulo VI, com o título de São Marcos. Esteve presente no Concílio Vaticano II, convocado em 1962 por João XXIII. Albino Luciani era o Patriarca de Veneza quando, com 65 anos, foi eleito Papa, em 26 de agosto de 1978, na terceira votação do conclave que se seguiu à morte do Papa Paulo VI, superando o cardeal considerado "ultraconservador" Giuseppe Siri - favorito ao trono de São Pedro, de acordo com a imprensa - por 99 votos a 11. Segundo conta-se, a princípio, um atônito Luciani teria declinado de aceitar o pontificado, mas fora persuadido do contrário pelo cardeal holandês Johannes Willebrands, que estava sentado a seu lado na Capela Sistina. Para isso, ter-lhe-ia dito: "Coragem. O Senhor dá o fardo, mas também a força para carregá-lo".
Escolheu o nome de João Paulo (Ioannes Paulus, pela grafia em latim) para homenagear seus antecessores, João XXIII e Paulo VI. Morreu na madrugada de 28 de Setembro de 1978, entre 23h 30 min e 4h 30min da manhã, no Palácio Apostólico do Vaticano. Na época do conclave, o cardeal britânico Basil Hume, um de seus eleitores, chamou João Paulo I de "o candidato de Deus". A figura de João Paulo I na Igreja Católica sempre foi a de um papa afável, tendo, por isso, recebido a alcunha de "O Papa Sorriso".
Reza uma lenda que João Paulo I teria feito uma premonição sobre sua morte, ao afirmar a conhecidos que "alguém mais forte que eu, e que merece estar neste lugar, estava sentado à minha frente durante o conclave". Um cardeal presente na ocasião – que preferiu escudar-se no anonimato – confirmou que esse homem era, de fato, o polaco Karol Wojtyla. "Ele virá, porque eu me vou", prosseguiu o "Papa Breve". Curiosamente, Wojtyla realmente votara em Luciani naquele conclave e logo depois veio a se tornar João Paulo II. Por outro lado, o que há de concreto é que João Paulo I teria falado da sua morte um dia antes dela ao Bispo John Magee.