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31 de março de 2014

On segunda-feira, março 31, 2014 by PASCOM - coreaú
Entrevista com Padre Vileci, assessor regional da CEBs(Comunidades Eclesiais de Bases)


Durante a Assembleia Diocesana da CEBs, a Pastoral da Comunicação Nossa Senhora da Piedade teve o privilégio de entrevistar o Pe. Vileci, realizando duas questões de duvidas para a comunidade católica que não conhece o papel da das Comunidade Eclesiais de Bases.

PASCOM: como surgiu a CEBs?

Pe VILECI: as CEBs se deu origem durante período da ditadura militar no estado do Rio Grande do Norte na década de sessenta (1960). Foi um aglomerado de pessoas que se reuniam, cujo objetivo é a leitura bíblica em articulação com a vida, e a realidade política e social em que vivem, desenvolvendo atividades da igreja católica.

PASCOM: Qual a diferença entre a CEBs de daquela época e a CEBs de hoje?


Pe VINANCI: No Brasil, como em outros países na época, a questão da injustiça social era muito visível e a repressão que se dava com relação as pessoas. Não havia essa liberdade de falar o que queria, ou de fortalecer uma organização social. Então, o único espaço que a sociedade encontrou para o fortalecimento de uma organização social civil, foi na igreja.E isso ocorreu nos espaços das Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs). Naquele momento, a igreja era bem visível, com os trabalhos que ela implantava, no momento de grande martilho,por conta das perseguição as lideranças comunitária,onde as CEBs alimentou, na sociedade, essa possibilidade de organização social da social civil.Nasceram várias lideranças políticas, foram criadas várias organizações sociais nas comunidades, fortaleceram as organizações dos sindicatos rurais, principalmente. Depois vieram os sindicatos urbanos, a luta pela escola, pelo um posto de saúde e pela a necessidade da própria água nas comunidades, onde essas questões reivindicatórias eram muito presente.  Hoje, nós vivemos numa sociedade onde o processo de cidadania e as necessidades não são mais as mesma dos anos 70. Por conta disso, a quem diga que ouve o “esfriamento” das CEBs, porque ela deixou de fazer essa luta social em virtude da organização da sociedade e dessa problemáticas que foram resolvidas.Mas as CEBs, hoje, tem novos desafios, que é a questão do desrespeitos as pessoas, o desfazer da dignidades da pessoa humana. Por exemplo, a campanha da fraternidade deste ano está apontando isto, a questão do tráfico humano. As pessoas são traficadas para trabalho escravo, para exploração sexual, para venda de órgãos humanos. Então essa é uma forma de injustiça que, às vezes, está invisível e que as CEBs está atenta para que não deixe que as pessoas sejam exploradas. Outra questão de grande relevância para CEBs é a questão da ecologia, onde vemos empresas se instalando nas comunidades para a exploração da área, e consequentemente, para expulsão das pessoas de suas terras e para especulação imobiliária, principalmente nas áreas litorâneas, onde ocorre o com frequência a expulsãodos trabalhadores e pescadores. A questão das terras indígenas e a problemática com as comunidades quilombolas, percebemos que a questão ecológica, está muito envolta dos grandes projetos de governo. Esses grandes projetos vem atrapalhando também a vida das comunidades, expulsando pessoas de suas localidades, causando injustiças sociais. Temos os problema da transposição, que um problema que não é resolvido e que tem afetado a vida de muitas comunidades.Atransnordestina e a construção de grandes empreendimentos voltados para copa. Por exemplo, em Sobral, na sexta-feira (28 de março), em uma assembleia regional, se falou de como as obras da copa estão afetando uma determinada comunidade, porque Sobral está construindo um aeroporto, e este tem por finalidade facilitar a mobilização da copa. Então percebemos que, hoje, temos um pouco de identificar o “inimigo”, aquele que é o causador das injustiças sociais e que a CEBs precisa estar atenta, identificar pessoas, o endereço delas para que e a CEBs possa ter uma atitude profética, porque é desse modo que obtemos a identidade da CEBs hoje. Se passa pela a luta da justiça, a construção da justiça social, na denúncia das injustiça que é a atitude profética. O modelo de igreja que nós temos hoje, tem que ter esse dois trilhos: o trem das CEBs passando pelo trilho da justiça e da profecia.