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Paróquia Nossa Senhora da Piedade em Coreaú/CE - 150 anos de fundação 

História

A história da Igreja de Coreaú começou no dia 8 de dezembro de 1850, quando os irmãos Plácido Rodrigues Moreira, Alexandre Rodrigues Moreira e Joaquim Rodrigues Moreira, juntamente com o cunhado José Gomes Damascena foram a localidade de Pedrinhas, atual Moraújo, para prestigiar a festa de Nossa Senhora da Conceição.
Na ocasião, os parentes foram mal recebidos por uma família de primos que tinha grande influência na localidade. Naquela época, as igrejas da região pertencia a freguesia de Granja. Em meio a discussão, um dos irmãos visitantes falaram em alto tom “a missa do natal será em Várzea Grande”, nome dado a fazenda de onde a família vieram, que hoje fica a cidade de Coreaú. Pelo o relato de alguns historiadores, essa missa realmente aconteceu, inclusive com a imagem de Nossa Senhora da Piedade sobre um lata improvisado como altar, que ficava em frente à casa de José Gomes Damasceno.
Em 1956, deu início a construção da pequena igreja de Nossa Senhora da Piedade em Várzea Grande, no qual, foi doado pela família Rodrigues Moreira e Damasceno, uma grande parcela de suas terras para a devida construção. A referida família detinha a posse de quase todo o território que compreende a atual cidade.
Em 10 agosto de 1867, é criada de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Várzea Grande através da Resolução Provincial nº 1206 de 10 de agosto daquele ano. A partir de então, o templo se desmembrou da paróquia de Granja. Já a sua elevação de Capela para paróquia foi instituída canonicamente em 25 de junho de 1868 pelo 1º bispo do Ceará Dom Luiz Naquele tempo, duas capelas se vincularam a nova paróquia: A capela de Nossa Senhora da Conceição de Pedrinhas (hoje Moraújo) e a de Santo Antônio do Olho D’Agua (Atual Araquém). Fato relatado em ofício pelo Pe. Salviano Pinto Brandão, o 1º Vigário. Dois anos mais tarde, em 24 de setembro de 1870, o povoado que se amontoou próximo a igreja, que, por sua vez veio a se emancipar e se tornar município denominado de Palma.
Continuando a construção, a torre desta igreja foi construída entre 28 de agosto de 1881 e 22 de junho de 1884, assim como a conclusão da capela do Santíssimo Sacramento, atividade feita pelo Pe. Bernardino de Sena Ferreira Lustosa (o 4º vigário).
Durante os paroquiatos dos padres José Juvêncio de Andrade (7º vigário) e Manoel Soares Neto (8º Vigário), a igreja matriz sofreu algumas reformas que atingiu principalmente o altar-mor. Em 10 de novembro de 1915, foi criado a Diocese de Sobral através da bula “Catholicae Religionis Bonum” do Papa recém eleito, Bento XV. A partir daí, o território da velha Palma deixou de ser vinculada a diocese de Fortaleza e passou a ser da nova diocese.
Em 1924, segundo alguns depoimentos, um raio atingiu a matriz deixando as paredes e a torre danificadas, e consequentemente, a última, chegou a cair.
No ano seguinte, o Pe. Luiz Firmino Nogueira (9º Vigário) realizou o concerto da igreja no período em que o bispo diocesano Dom José Tupinabá da Frota veio visitar a paróquia.
No ano de 1936, o Pe. Antônio Ivan de Carvalho (15º vigário) reformou a casa paroquial para a melhor comodidade dos padres. Naquele ano, o pároco reconstruiu a torre da igreja, abriu as quatros portas laterais, substituiu o piso por mosaico e também substituiu o sacrário.
Em 1942, Pe. Ivan no final de seu paroquiato, reconstruiu todo teto, construiu a sacristia atrás do altar-mor, colocou energia elétrica na igreja e casa paroquial, substituiu a pia batismal, mandou confeccionar um grande confessionário e substituiu os quadros da Via Sacra.
Em 1944, o frade alemão Benício Ochmann (17º vigário) relatou em um dos livros de tombo, a necessidade de trocar a mesa da comunhão por uma nova.
Um ano depois, mais precisamente em 1 de julho 1945, Frei Benício e seu auxiliar e compatriota Frei Cornélio Arndt demoliram quase toda a estrutura da igreja, ficando de pé apenas a torre e algumas paredes para a reconstrução de uma igreja maior e mais moderna. Alguns relatos afirmam que a torre tinha aproximadamente 27 metros de altura.
Dias depois, 23 de julho de 1945, Frei Benício morre e assume seu lugar o auxiliar Frei Cornélio para dar continuidade aos trabalhos de reconstrução do templo.
Para essa obra, foram realizados vários movimentos como quermesses, rifas, bingos, afim de arrecadar fundos para esta construção. A população também ajudou maciçamente do jeito que podia, tanto na arrecadação dos recursos como na mão-de-obra.
Na véspera da noite de natal do ano de 1945, o Frei Cornélio Arndt (18º vigário) e seu coadjutor Frei Cecílio Sommer entregava as chaves da nova e tão sonhada igreja, que foi benta por Frei Cândido Schmidt, Guardião do Convento de Tianguá.
Já em janeiro do ano seguinte, os frades encerraram sua missão em Coreaú e entregaram a igreja quase pronta para os seus sucessores, Pe. Domingos Gusmão Saboia (19º vigário), Pe. Francisco Eudes Fernandes (20º vigário) e Pe. Benedito Francisco de Albuquerque (hoje Dom Benedito), concluírem por sua totalidade a obra da igreja.
No paroquiato do Pe. Domingos Saboia foram realizados acabamentos internos e externos do prédio. Também foram feitos o Altar Mor, dois atares laterais e a troca do piso que ficaram prontos em 20 de março de 1947. Naquele tempo os homens ficavam separados das mulheres. Eles ficavam próximos ao altar principal, piso da frente que era mais alto. Elas ficavam no piso de trás, mais baixo e mais espaçoso. Este fato ocorreu até os anos 60.
Ainda sobre a construção do altar mor, o senhor José Bento de Araújo e sua esposa Chiquinha doaram cerca de 10.000 cruzeiros para a realização da obra. Em virtude disso, o altar possui uma placa com seus nomes fixada em uma de suas colunas. Na placa está escrito: “Este altar foi oferta do Sr. José Bento de Araújo e D. Chiquinha de Araújo, foi inaugurado em 8.7.1947”.
Para este altar, foram adquiridos dois anjos candelabros, que veio do Rio de Janeiro e um novo sacrário que veio do Rio Grande do Sul.
Em 25 de janeiro de 1948, assume a paroquia de Coreaú o Padre Francisco Eudes Fernandes. Uma de suas missões foram a construção do forro de estuque, o coro de cimento armado e as colunas centrais da igreja. Essas mudanças foram possível por conta do empenho da população, da doação da Prefeitura Municipal, de deputados e particulares. Essas reformas foram inaugurada em 13 de dezembro de 1953, data da primeira missa do Pe. Benedito Albuquerque (21º vigário), filho de Coreaú e atualmente bispo emérito da Diocese de Itapipoca.
Em 6 de janeiro de 1954, Pe. Benedito assume a paróquia, sendo o primeiro, e até agora, o único coreauense a alcançar este feito. A ele foi atribuído a construção do forro da sacristia e a abertura da porta por trás do altar, concluído em 24 de março do mesmo ano. Também foram adquiridos a grade de comunhão das mulheres, que ficava na divisão do nível dos pisos e dois grandes lustres que fica no alto do corredor central da igreja.
Ao passar várias reformas e construções, veio o paroquiato do Pe. José Maria Aguiar (24º vigário) iniciado em 4 de abril 1965. Com a reforma da igreja católica a partir do Concílio Vaticano II, o vigário retirou os dois altares laterais, a mesa de comunhão das mulheres e alguma imagens de santos. Na época, os paroquianos não aprovaram a atitude, mas com o tempo, se acostumaram com a ideia. Pe. José Maria faleceu em 15 de abril de 1970, vítima de leucemia. Era o segundo padre a falecer no exercício frente à igreja de Coreaú.
Em 1977 o Cônego Edson Frota Mendes (26º vigário) colocou na matriz doze ventiladores, dez ofertado pelo prefeito da época Francisco Cristino Moreira, conhecido como Chico da Bomba, e dois adquiridos pela a própria paroquia.
Já no paroquiato do Cônego Joviniano Loiola Sampaio (27º vigário), o templo passou por outra reforma. O revestimento em pedra da torre e da fachada da igreja que durou de agosto de 1984 a fevereiro de 1985. No último ano, foi inaugurado também o ambão da palavra e a mesa eucarística de mármore para as celebrações litúrgicas.
Pe. José Demontier Martins (28º vigário), por sua vez, fez o reboco interno da velha torre e refez toda a sua escadaria de madeira.
O seu sucessor, Pe. Manuel Rômulo Rocha (29º vigário), hoje monsenhor e pároco de Morrinhos, realizou vários reparos e mudanças: Substituição da parte elétrica do prédio; colocou soleira de mármore nas portas, e do batistério; substituiu as portas e vitrais; construiu o altar dedicado ao Bom Jesus dos Passos, Nossa Senhora das Dores e Senhor Morto inaugurado em 16 de fevereiro de 1991; colocou uma pia de água benta sobre uma coluna de mármore após a entrada da porta principal; colocou o pedestal para a imagem do Coração de Jesus, inaugurada em 24 de agosto de 1992.
O Pe. João Batista Nery de Abreu (30º vigário), teve como as principais obras a reforma de todo o sistema de iluminação e som; reforma na decoração interna da igreja; restauração da pintura artística do altar mor; ampliação do altar da celebração e construção da nova pia batismal; Construção de um banheiro no prédio. Pe. Nery esteve à frente da paróquia durante 16 anos, e atualmente é pároco da Paróquia de Santo Antônio em Carirá.
Pe. José Lucione Queiroz de Holanda (31º vigário), referência na diocese no requisito liturgia, assumiu a paroquia no período de 5 de janeiro de 2012 a 11 de fevereiro de 2017, quando tomou posse da igreja mãe da diocese, a Catedral da Sé. Suas bem feitorias na Igreja de Nossa Senhora da Piedade foi na aquisição de cálices e ostensórios, reforma na sacada na parte interna, reforma do sacrário de ouro e dos lustres central (mencionado anteriormente) e reforma da pintura externa do templo.
Com a saída do Pe. Lucione, assume a paróquia o Pe. Antônio Denilson de Sousa, que tem como reforma a aquisição de dez ventiladores nas colunas da igreja, dezessete novos bancos para melhor comodidade; reconstrução do teto e reboco e troca de todas as portas.

Todas essas informações e alguns textos foram retirados do livro “História de Coreaú, 1702 – 2002” escrito pelo coreauense Leonardo Pildas.
Custodio Azevedo Pessoa Neto (Coordenação Pascom Coreaú)